O PODER DO AGORA de Eckart Tolle - resumo da Fê

Compartilho aqui o estudo que fiz, durante o retiro, do livro que mudou a minha vida :)

- Saber que somos UM com o Universo dá um certo conforto, mas apenas a vivência dessa unidade, ao se dissociar da mente dualizadora, é que é a libertação real do sofrimento e, portanto, a iluminação.
- "Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico; entretanto, quando a usamos de forma errada, ela se torna destrutiva. Para ser ainda mais preciso, não é você que usa sua mente da forma errada. Em geral, você simplesmente não usa a sua mente. É ela que usa você. Essa é a doença. Você acredita que é a sua mente. Eis aí o delírio. O instrumento se apossou de você."
- Ser o observador (o Ser) para não se identificar com o pensador (ego): a voz que ouvimos na nossa cabeça não somos nós de fato; é só o ego se manifestando. Podemos, em vez de achar que aquela voz somos nós, ouvi-la com distanciamento, observar o pensamento como algo externo a nós, analisar o pensamento e responder a ele, sem julgamento e reprovação, com amor e limites, como se lidaria com uma criança mimada.
- A beleza, o amor, a criatividade, a alegria genuina não surgem da mente; vêm de um ponto além.
- A mente/ego vive no passado e no futuro. O Ser só existe no presente, que é o único tempo que efetivamente existe. Mesmo quando a mente está criando um pensamento sobre o presente, este é um pensamento de passado, pois ela analisa o presente conforme as vivências e condicionamentos passados. Quando observamos o pensador, e sentimos que há o pensador e o observador imparcial, o poder perde o poder que exercia sobre nós, porque não damos energia a ele,não nos identificamos com ele, e o pensamento se afasta. Quando isso acontece, surgem momentos e vazio, que com o tempo crescem, entre os pensamentos - nesse vazio está a plenitude do Ser.
- Ao observar, não julgar o ego, apenas estar presente como testemunha. Se julgar é a mesma voz do ego vindo pelas portas do fundos e fazendo aqueles debates mentais que já conhecemos (a imagem clássica do anjinho e diabinho falando em cada ouvido)
- Outra prática-chave para acessar o Ser é, além de observar o pensador, observar o agora. Estar presente em cada atividade rotineira, como se tivesse finalidade nela mesma, em vez de ser um meio para uma finalidade posterior.
- A mente é um instrumento para usar quando necessário e deixar de lado depois. 80% dos pensamentos são repetitivos, inúteis e/ou nocivos - sem pre que negativo, ainda que verdadeiro, acaretará perda de energia vital.
- O ego cria uma imagem mental de nós mesmos com base em condicionamentos pessoais e culturais (=passado!). Para manter essa imagem mental (que achamos que é nós mesmos), temos que nos manter pensando o tempo todo, senão essa imagem mental vai se desfazendo. O ego está sempre preocupado em manter vivo o passado, porque pensa que sem o passado não seríamos ninguém (ego sente ameaça, abandono, incompletude).
- o pensamento é só um pequeno aspecto da consciência. Na evolução, nos animais, havia o pensamento fragmentado, depois no homem se evoluiu para o pensament contínuo e agora temos que evoluir para a manifestação plena da consciência. A consciência plena usa o pensamento de forma assertiva e criativa, de forma que ele é tomado da força real da consciência. O pensamento contínuo foi muito útil para fins de sobrevivência, e só. A criatividade vem de outro lugar, e é interpretada pelo pensamento como um "insight". As fichas que caem partem desse lugar de consciência mais ampla.
- Emoção também flui da mente - é a reação do corpo físico à mente. Quanto mais identificados com a mente, maior a carga emocional descarregada no corpo. Essa descarga pode ser percebida pela pessoa ou não, muitos só tomam consciência da carga emocional que recebem quando já viraram sintomas de doença física.
- Observar a emoção é, portanto, o mesmo que observar o pensador, já que ele gera a emoção. Só observar, sem analisar. Se não encontrar a  emoção, atente para a sensação física; se não há, atente para a energia interna silenciosa, que é a porta para o Ser.
- Amor, alegria e paz são estados profundos do Ser, próprios do estado de ligação interior com a essência. Não estão sujeitos à lei de opostos, pois nascem além da mente dualizadora. Às vezes confundimos Alegria com prazer; o prazer tem sofrimento com o oposto. Prazer se origina de algo externo a nós e a alegria nasce em nosso interior. O que causa prazer hoje causará sofrimento amanhã, porque perdemos controle sobre ele ou porque nos apegamos e ele nos abandonou. Assim como o Amor não se confunde com a paixão, que é dual com o ódio; a atração com a agressão - e são todos facetas do apego. Normalmente as pessoas só identificam o ódio como negativo, sem se darem conta de que a paixão não pode vir sem sua outra polaridade e, assim, e tão negativa quanto.
- A mente tenta se livrar do sofrimento e manter nossa atenção criando expectativas para o futuro. Todos os desejos e anseios são tentativas de satisfação com coisas externas, para substituir a Alegria do Ser. Buscar se libertar do desejo não funciona! Buscar a iluminação da mesma forma como se persegue um desejo é só mais um desejo. Simplesmente torne-se presente.
- Quando existe identificação com a mente, o sofrimento emocional é inevitável. Existem dois níveis de sofrimento: o que geramos no agora e o que tem origem no passado e ainda vive na mente e no corpo. É necessário deixar de criar o primeiro e dissolver o segundo.
- Sofrimento criado no presente: é uma não-aceitação, uma resistência inconsciente ao que É. É, assim, um pensamento-julgamento e é emocionalmente uma fonte de negatividade. Quanto mais aceitamos e respeitamos o agora, mais nos libertamos desse sofrimento da mente. A mente precisa estar asspciada à noção de tempo, passado e futuro para funcionar e se manter no controle. Tempo e mente são inseparáveis. A mente vê o Presente, atemporal, como ameaçador. A vitalidade e o infinito potencial do Ser são inseparáveis do Agora e ficam encobertos pelo tempo e pela mente. Ao fazer as coisas no automático, apenas como meios para fins futuros, negamos a preciosidade de cada momento. Para sair desse sofrimento, é necessário criar consciência de que o momento presente é tudo o que se tem. Fixar-se no Agora e fazer visitas rápidas no passado e no futuro para lidar com os aspectos práticos da vida, sem resistir ao momento atual. As coisas são como são. Aceite o momento atual como criação sua; depois, se for o caso, aja, trabalhando com o Agora, e não contra ele.
- Sofrimento do passado: é o acúmuo de resíduos de sofrimento emocional. O acúmulo cria um campo de energia que se aloja no corpo e na mente. Porde estar inativo 90% do tempo, nas pessoas que só o ativam nas situações adversas, ou totalmente ativo nas muito infelizes. Qualquer coisa pode ativar o sofrimento do passado, até um comentário inocente. Quando sentimos um problema ou decepção com alguém, o mais importante é observar como isso afeta a nós mesmos, pois qualquer sinal de infelicidade pode ser o despertar do sofrimento do passado, o momento de ele passar de inativo para ativo. Pode ser irritação, impaciência, ar sombrio, desejo de ferir, raiva, ira, depressão, vontade de problematizar. Observe-se: quando observamos o sofrimento do passado, ele não consegue mais nos usar fingindo ser nosso eu interior, pois desfazemos a identificação inconsciente com ele. O sofrimento do passado consegue se perpetuar criando essa identificação inconsciente, ao criar situações na vida que ressoam a energia dos sofrimentos passados. É algo pessoal, a mente verá numa situação exterior que pode não causar impressão alguma nos outros a ressonância com sofrimentos já vividos, assim a mente mesmo cria a identificação - o pensamento e a emoção são programados para perpetuar o sofrimento.
- Consciência transforma o sofrimento em consciência, assim como a luz torna a sombra luz. Não se pode lutar contra a sombra/sofrimento, isso só gera um conflito interior e sofrimento adicional. Observar o sofrimento já é o bastante. Observar é aceitar como parte do que existe naquele momento. Quando começamos a nos desidentificar, o sofrimento anda tem inércia pela força vital que armazenamos anteriormente nele, mesmo que não sigamos dando energia. Nessa fase, o sofrimento inericial pode causar até dores no corpo, mas é só seguir presente e atento que ele perderá força mais e mais. Estar consciente é ser o observador.
- "Concentre a atenção no sentimento dentro de você. Reconheça que é o sofrimento. Aceite que ele esteja ali. Não pense a respeito. Não permita que o sentimento se transforme em pensamento. Não julgue nem analise. Não se identifique com o sentimento. Esteja presente e observe o que acontece dentro de você. Perceba não só o sofrimento emocional, mas também a presença de alguém que observa, o observador silencioso. Esse é o poder do Agora, o poder da sua própria Presença consciente. Veja então o que acontece."
- Pode haver muita resistência em se desidentificar do sofrimento, quanto mais nele estiver nosso "eu interior" fabricado pelo ego. É uma resistÊncia a se desapegar desse "eu interior" conhecido e saltar para o desconhecido. Se acontecer, observe essa resistência e o apego ao sofrimento, a compulsão em falar e pensar a respeito do sofrimento. Veja como é estranho esse apego. Esteja consciente da resistência que ela desaparecerá.
- Não confundir medo com senso de autopresevação. Certeza de perigo no presente e ameaça concreta nos fazem reagir corretamente. O problema é o medo como doença psicológica quando não está ligado a qualquer perigo imediato, concreto e verdadeiro. Medo patológico pode vir como agitação, preocupação, ansiedade, nervosismo, tensão, pavor, fobia. São frutos de uma mente no futuro, criam uma angústia que será mais permanente quanto mais nos identificamos com o sentimento. Angústia é o resultado de ter um sentimento derivado de uma situação com a qual não podemos lidar, pois é hipotética e está no futuro.
- É fáil cair no medo patológico, pois o ego é inseguro e se vê sob constante ameaça; o ego teme a morte e a destruição. Para o ego, estar errado é morrer, é desfazer a imagem que faz de si mesmo. Quando não estamos identificados com o ego, tanto faz estar certo ou errado. Pode-se observar calma e firmemente o pensamento, sem agressividade nem necessidade de se justificar. Observe quando recair em justificativas dos seus atos e pensamentos. Está se justificando para quem? Para sua auto-imagem egóica, para alguém, para sua ideia de Deus? Autodefesa é o contrário de autoaceitação.
- Medo patológico também se manifesta como incompletude - sensação de não ser bom o bastante ou carência intensa. Em ambos os casos, se costuma buscar compulsivamente uma forma d egratificar o ego e preencher o buraco que se sente por dentro. Só que nada do que o ego usa para tapar o buraco momentaneamente é de fato seu Eu Interior. É necessário que o ego morra antes da morte material, que é quando a morte do ego ocorrerá naturalmente. Morte significa despojar-se de tudo o que não é você. O segredo da vida é "morrer antes que você morra", e desconbrir que não existe morte.
- O segredo para se desidentificar da mente é acabar com a ilusão do tempo. Memórias são passado e antecipação é futuro. A mente usa o passado como identidade pessoal e o futor como promessa de salvação e realização, quando visualizado como melhor que a situação atual, trazendo esperança e antecipação de prazer. Se visualizado como pior que a situação atual, traz ansiedade. Todas são ilusões. O Agora é tudo o que existe, e não está na linearidade de tempo que a mente usa. O eterno Presente é o espaço dentro do qual se desenvolve toda a nossa vida. É também o único ponto que pode nos conduzir para fora da mente. Quando Jesus disse que a verdade nos libertaria, falava do conhecimento da ilusão do mundo das formas, do conhecimento dos inúmeros disfarces do medo e do consequente sofrimento que inflingimos a nós e aos outros. A verdadeira salvação é um estado de liberdade - dos desejos, necessidades, dependências, pensamento compulsivo, negatividade, passado e futuro como necessidades psicológicas.
- O que chamamos de passado foi uma sucessão de Agoras em que muitas coisas aconteceram. O futuro só existirá quando virar um Agora. Note como o passado existe apenas como um traço de memória, neste Agora. A aparente realidade do passado, quando pensamos nele, é emprestada do Agora. Ao observar, repare em suas reações e nas pessoas que provocaram tais reações. Perceba quais são os pensamentos de passado e futuro envolvidos. No momento em que observamos que não estamos presentes, nos tornamos presentes!
- Quando estamos no Presente, vemos as coisas a partir do Ser, e não da mente. A mente mata o espírito que vive em cada criatura e cada coisa. O Ser vê com os olhos de criança, de encantamento, do sagrado e do mistério, com reverência e amor por tudo o que É. Só o Ser conhece verdadeiramente, diretamente. A mente só conhece fatos e informações, rótulos, julgamentos, opiniões. O conhecimento da mente é útil para as coisas práticas do dia-a-dia. Para as relações com as pessoas e a natureza, não serve.
- O "tempo do relógio", assim como a mente, deve ser usado como uma ferramenta útil. Atenção excessiva no relógio causa acúmulo de tempo psicológico (identificação com o passado e  projeção compulsiva e contínua do futuro). Ficar com remorso pelos erros do passado é acumular tempo psicológico, é deixar o ego fabricar um "eu interior" identificado com o passado. Dificuldade de perdoar também. O ideal é usar o tempo do relógio para aprender com os erros do passado e estabelecer e trabalhar para alcançar objetivos futuros: usar o tempo do relógio apenas para estes aspectos práticos da vida, a fim de se livrar do tempo psicológico e  viver o Agora, onde toda a ação da vida se dá.
- Ao traçar objetivos futuros, temos que saber onde queremos chegar, mas respeitar e dar atenção total ao passo que está sendo dado no momento. Se o foco está só no objetivo, deixamos de respeitar o Agora e ele é reduzido a apenas um degrau para o futuro, sem valor nele mesmo. Vira tempo psicológico, uma necessidade obsessiva de chegar, de conseguir. Nesse estado, não se percebe as belezas so caminho, só perceptíveis no Agora.
- Repetimos incessantemente os mesmos padrões de pensamento, emoção, comportamento, reações e desejos, como um roteiro dentro da nossa mente, que nos dá identidade pessoal mas nos tira a graça do Agora. Por isso ficamos obsecados pelo prazer antecipatório e a felicidade ilusória que colocamos no futuro.
- O que normalmente chamamos de nosso presente é na verdade nossa "situação de vida". A situação de vida é carregada de tempo psicológico de passado (existe uma resistência ao Agora, derivada de coisas que não seguiram o curso que queríamos) e de tempo psicológico de futuro (foco esperançoso no porvir). Estar no Agora é esquecer a situação de vida e atentar À Vida, que existe no Agora e que é real. Numa situação de vida cheia de problemas, não há espaço para nada novo e não se enxergam soluções. Ao se encontrar a Vida sob a situação de vida, se cria espaço para o novo, para as soluções criativas. Einstein disse: "os problema significativos que enfrentamos nunca podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento que os criou."
- Não existem problemas. Só situações com as quais lidar agora ou aceitar até que se transformem ou possam ser negociadas. Caso apareça uma situação com a qual você precisa lidar agora, sua ação será clara e objetiva se conseguir perceber o momento Presente. Tem muito mais chance de dar certo, pois a ação não será fruto de condicionamentos passados da mente, e sim de uma resposta intuitiva vinda do Eu interior. Escolhas reais só ocorrem nas pessoas conscientes. De outra forma, são levadas por seus determinismos e pelo que lhes é familiar ("Perdoai-vos, não sabem o que fazem").
- Para saber o quanto de tempo psicológico há em um momento, pergunte-se: há alegria, naturalidade, beleza no que estou fazendo? Se não, é porque o tempo psicológico está encobrindo o tempo Presente e a vida está sendo percebida como um encargo ou luta. Não precisa mudar o que está fazendo; só o "como" fazer. Dê sua inteira atenção para o que você quer que o momento apresente. Assim, mesmo a mais simples ação tem sentido de qualidade, cuidado e amor. Não se preocupe com o resultado da ação, só a execute com Presença. Nem sucesso nem fracasso futuros têm o poder de interferir na beleza do Agora e no estado interior do Ser.
- Nesse estado, ainda teremos objetivos práticos a cumprir para alterar nossa situação de vida, mas tudo o que fizermos será impulsionado por uma energia alegre e jovial. Não se busca mais com determinação implacável, movida pelo medo, raiva, descontentamento ou necessidade de nos tornarmos alguém. Não dependendo do resultado, nos libertamos do medo de falhar. Isso é prática de karma yoga: desapego do resultado. Não buscamos permanência no mundo das formas, nem colocamos a felicidade fora de nós, submetida à lei de opostos. A prática da Presença gera um campo energético de alta frequência vibracional ao redor da pessoa, impedindo que negatividades externas cheguem.
- O nível comum de inconsciência das pessoas é aquele da identificação com pensamentos e emoções, gerando um nível baixo e contínuo de desconforto, descontentamento, enfado ou nervosismo. As pessoas tentam acabar com esse desconforto com prazeres imediatos, que muito frequentemente passam a ter um componente de compulsão e dependência.
- Manifestações de inconsciência:
*reclamação: é sempre uma não aceitação do aqui e Agora e leva à vitimização. Muitos não aceitam o seu "aqui", o lugar em que estão. Aceitar sempre e, se for para mudar, primeiro abandonar a negatividade para tomar uma atitude de mudança com discernimento e não inconsciência.
*estresse: se tem mil coisas para fazer, faça com consciência, desfrute da energia do movimento. Ou então se permita ficar parado e se distancie da sua mente se la disser que você deveria estar trabalhando.
*apegar-se ao passado: seja pasado bom ou ruim, gera envelhecimento do corpo ao saturar a psique de passado. O passado não é real, e não importa - só se refir a ele quando for essencial para o Agora.
*preocupações: tudo o que se teve que enfrentar na vida ocorreu no momento presente. Não há como enfrentar projeções imaginárias da mente. A resposta, a força, a atitude certas estarão disponíveis no Agora, quando for necessário.
*colocar um objetivo de felicidade no futuro: as pessoas vivem em esperas, de pequena e grande escala (fim do expediente, fim de semana, férias, aposentadoria). É um não querer o que se conseguiu e querer o que não se tem.
- Para se livrar do desconforto, torne-se consciente dele. Perceba as tensões e o descontentamento que surgem por julgamentos desnecessários, por resistência ao que É, pela negação do Agora. Perceba os pensamentos, as emoções, as tensões físicas. Que caminhos você está usando para negar o Agora? Não importa que o desconforto venha de circunstâncias reais. Ainda assim ele é uma resistência ao que É - uma resistência inútil, que só gera poluição psíquica para si e para o planeta. O que se pode fazer é aceitar uma circunstância e mantê-la, ou aceitá-la e depois agir para mudá-la.
- Quando se pratica a aceitação de uma emoção densa, já é o primeiro passo para sair dela, pois ao aceitá-la não se sente mais necessidade de manifestação cega daquilo. Porém, chega um momento em que a consciência precisa ir no sentido de não criar mais essa emoção densa, senão o ego se acomoda à ideia de aceitação e fortalece algo que distancia do Ser.
- Passar muito tempo analisando o passado é um buraco sem fundo. Só é relevante à medida que cause manifestações no presente do seu ego, e, nesse caso, só o Presente com Presença pode curar o passado. Só dê atenção ao passado nessa circunstância, não pense no passado pelo passado.
- As histórias pessoais e dramas individuais só existem na dualidade, em que o ego se sente separado do todo. Todas as consciências são expressão da mesma essência divina, da pedra ao homem. Nos dias atuais, a consciência do homem está completamente identificada com seu disfarce, ela só se conhece como forma e não como Essência, e assim vive com medo da destruição de sia forma física ou psicológica.
- os animais têm autopercepção rudimentar. No homem há a consciência, mas nos desidentificamos da autopercepção. Isso gera sofrimento, que nos levará novamente a buscar a autopercepção, mas num nível mais profundo (esse caminho é como o do filho pródigo da parábola). O fim do mundo das formas vai ser quando deixarmos de nos identificar com a forma e como um todo planetário retornarmos à autopercepção.
- A mente egóica coletiva é a entidade mais insana e destruidora que já habitou o planeta. As pessoas usam ao sono como principal maneira de descansar a mente, revertendo a um nível de consciência abaixo do pensamento; além do sono, drogas neuromoduladoras de todo tipo. Não fossem esses "anestésicos", a maioria das pessoas seria um perigo para si e para os outros. As substâncias e hábitos anestesiantes acabam retrdando a busca por uma consciência superior; ficam num círculo mente-narcotizante-mente que nao lhes deixa se elevarem sobre o pensamento e encontrarem libertação.
- Não personalizar a consciência crística. As pessoas relizadas em Deus são totalmente desidentificadas de suas personalidades, eles só manifestam sem véus a luz que há  em todos nós. Usar a Presença do mestre para ver um reflexo da nossa própria identidade por trás do nome e da forma, para nos tornarmos mais intensamente presentes.
- A identificação com a mente pode nos fazer deixar de querer vivenciar algo por aversão mental à ideia daquela vivência que desconhecemos (aversão é uma forma negativa de apego), ou criar apego a ideia mental e passar a vida preso a ela, sem vivenciar. Existem pessoas que vivem essas duas situações a respeito de Deus, que é o mesmo que a essência do Ser. São impedimentos mentais à vivência, que é a única forma de conhecimento da realidade.
- É possível exercitar a Presença pela concentração no corpo energético interior. O corpo visível palpável é uma percepção limitada e distorcida do corpo interior invisível, que é a Presença viva dentro de nós. É um ampo de energia invisível que dá vida ao que entendemos como corpo físico. O corpo interior está na fronteira entre a forma e a essência. Dirija a atenção para dentro do corpo, lá no fundo. Sinta a vida em todas as suas partes, órgãos, membros. Sinta o campo de energia sutil fazendo palpitar cada célula. Só sinta, sem pensar. Quanto mais sentir, mais forte fica a sensação. Se vier uma imagem de seu coro físico ficando luminoso, siga focando na sensação. A inagem já tem forma definida e acaba por isso sendo um limitante para ir mais fundo. À medida que for conseguindo focar no corpo interior, abandone imagem mental de luz e mesmo do corpo físico, até que reste só uma abrangente sensação de Presença ou existência e uma percepção de corpo interior sem fronteiras. Junte-se a essa percepção, forme uma unidade com o campo de energia até dissolver a dualidade observador-observado, eu interior-corpo.
- A separação da alma e do corpo, assim como a negação dos instintos, é da dualidade. Ninguém jamais atingiu a iluminação negando ou combatendo o corpo por mortificações (como na história de Buda e do entendimento do caminho do meio). Experiências de ascetismo ou com substâncias enteógenas podem ser fascinantes e darem vislumbres do estado de libertação da forma material, mas no fim sempre temos que voltar para o corpo, que é onde ocorre o trabalho essencial de transformação - através do corpo, não se distanciando dele.
- Corpo material é impermanente e ilusório, criado pela mente para justificar seus medos. Mas dentro dele está o corpo interior invisível, porta de entrada para o Ser, através do qual estamos inseparavelmente conectados à Vida. Por isso não lute contra o seu corpo, pois estará lutando contra sua própria realidade.
- Quanto mais consciência direcionamos para o corpo interior, mais cresce a frequência vibracional; saímos da frequência em que a negatividade pode nos afetar e atraímos circunstâncias de alta frequência. Isso aumenta a imunidade física e a proteção emocional, pela lei de afinidade.
- A consciência, quando está interiorizada, só percebe o Ser; quando se volta para fora, passa a ter um nome, passado, futuro, situação de vida. Nunca se identificar 100% com o exterior. Sempre, ainda que concentrado em alguma atividade, pratique estar consciente do seu corpo interior. É possível estar sempre consciente do campo de enrgia - isso é ter as raízes sempre em você mesmo. Isso altera seu estado de consciência e a qualidade do que está fazendo. Aproveite tambémos pequenos períodos de espera para se aprofundar em você, no corpo e no Agora.
- Quando surgir uma situação desafiadora, adote o hábito de por alguns segundos, no exato momento em que o desafio se manifesta, entrar no seu campo de energia, do corpo interior. Isso trará serenidade e Presença, e a resposta ao desafio virá do campo e não da reação condicionada do ego. Faça o mesmo nas atividades mentais desafiadoras, para o pensamento ser novo e critivo.
- Para sentir plenamente o corpo interior, é necessário aeitação e perdão do soutros, de nós mesmos, de situações passadas, de situações futuras (aceitação da incerteza do porvir); é necessário não oferecer resistência à Vida, não ter esses engessamentos emocionais ("Antes de entrar no templo, perdoe" Jesus).
- O corpo exterior envelhece, o interior não. Quando a identificação está com o interior, deixamos de acumular tempo na nossa psique e nas células do corpo, ajudando na sua capacidade de autorrenovação.
- Quando perceber início de doença, fazer exercício de focalizar a atenção parte por parte do corpo por alguns segundos, depois sentir o campo de energia total. Se tiver dificuldade de sair da mente para o corpo interior, focar na respiração.
- Cada som nasce e morre no silêncio, é o que torna possível que os sons aconteçam. O Ser está presente nesse mundo como silêncio, é a parte intrínseca não manifesta de cada som. Da mesma forma, coisa alguma pode existir sem o espaço vazio - e mesmo a matéria é mais vazio que partícula ("Forma é o vazio, o vazio é forma" - Sutra do coração). O que é uma sala? Não são os objetos que estão nela nem as paredes que a delimitam. A essência da sala é o espaço vazio, não haveria sala sem ele. Assim, o que <não> está lá é mais importante do que aquilo que está - é igual conosco, nossos pensamentos, emoções e sensações não nos definem, mas sim o Ser, que permite que eles se manifestem.
- Tempo e espaço são as manifestações da forma para a infinitude e a eternidade do Ser. O espaço é a manifestação da quietude do infinito do Ser; o tempo, do Agora eterno. A eternidade da Presença não significa tempo infinito, significa tempo nenhum. É o eterno Presente do Eu superior. O Eu superior É, não foi nem será. A manifestação da consciência crística sempre é em Presença, nunca em tempo.
- Portais para o Ser: viver o Agora; parar o pensamento; entrega; foco no silêncio e no espaço. Através desses portais, o amor e a felicidade se apresentam para nós como uma noção da sensação de unidade. O amor não é um portal. Nossa tarefa não é buscar o amor, mas sim encontrar um portal através do qual o amor possa entrar.
- A vida tem propósitos externos, que envolvem objetivos para serem atingidos e isso envolve o futuro. Porém, o propósito interno da vida diz respeito à qualidade da nossa consciência no tempo Presente, a cada momento. O propósito interno é "como" estamos fazendo, não "o que" estamos fazendo nem para onde estamos indo. O propósito externo é horizontal no tempo e o interno vertical no aprofundamento do Ser.
- "Fins de mundo" são ilusórios, o Ser universal não seria afetado por eles. "Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Aqui reside a paz de Deus." (do livro A Course in Miracles). Amamos e respeitamos o manifesto e as formas como expressões do Ser, não por si mesmas; são formas impermanentes, que se dissolverão e não têm tanta importância.
- Todo Amor verdadeiro é amor de Deus e esse amor não é seletivo. A exclusividade é do "amor" do ego. Porém, a intensidade do Amor verdadeiro pode variar - uma pessoa que atue como um espelho do Amor que você dirige a ela e que o devolva de modo mais claro e intenso é o que define um relacionamento amoroso real. A qualidade do Amor é a mesma para qualquer manifestação de forma do Ser, a intensidade com que o sentimos é que varia.
- Ao escutar alguém, escute com todo o corpo, para aquietar o pensamento e perceber as palavras e também aquele Ser por trás das palavras. Só se consegue perceber o Ser com o Ser. Amor é sentir no outro O Ser como o sentimos em nós; é a efetivação da Unidade.
- Usar o relacionamento como prática espiritual, se observando. Coloque luz sobre o julgamento de si mesmo e suas autodefesas, sobre o julgamento que fazemos do outro, e acabarão os jogos de poder, jogos mentais e a dependência nos relacionamentos. Eles são apenas manifestação de insegurança do ego. Acabarão os papéis de vítima e agressor, acusador e acusado, acabará a atração pelo padrão inconsciente que o outro manifesta. Observar as reações que aquele relacionamento causa em você, os comportamentos inconscientes do parceiro. Firmar-se na Presença para observar sem reagir, sem julgar. Isso não significa que você não irá reconhecer a disfunção no comportamento do outro quando acontecer; é só que você a reconhecerá, e não reagirá. Esse comportamento cria um nítido espaço de presença amorosa que permite às coisas e pessoas serem o que são, e esse é o maior catalisador para mudanças. A inconsciência e o conhecimento não conseguem conviver por muito tempo. A forma de energia por trás da agressão e da hostilidade acha a Presença do Amor insuportável. Por isso vivenciar a Presença no relacionamento é, primeiro de tudo, aceitação; é a aceitação que pode nos levar à Essência. Ainda que seja uma mudança unilateral e o outro permaneça igual a princípio, com o tempo será transformador. Você irá ou se afastar (com Amor) ou haverá uma mudança de comportamento que o poermitirá entrar no Agora cada vez mais com seu parceiro. O apoio mútuo do casal para se manter retornando à Presença gera um campo permanente de alta frequência entre ambos, em que só o Amor vive. Isso é a realização do divino, do propósito transpessoal dos relacionamentos.
- Nos relacionamentos, entrega não significa significa uma permissão para que pessoas inconscientes usem você. É possível dizer "não" sem que isso seja uma reação, e sim uma escolha baseada nas suas convicções de certo e errado. É um "não" livre de negatividade.
- A mente é de polaridade masculina; o Ser, feminina. O Deus masculino temerário é projeção da mente humana. Ligação com o Ser tem a ver com o princípio feminino, criador e fecundo: entrega, não julgamento, abertura, não resistência. (Quem se interessar sobre os princípios feminino e masculino, o capítulo "Por que as mulheres estão mais próximas da iluminação" é muito bom!)
- O sofrimento tem aspecto coletivo e individual. Coletivo na psique da humanidade, das culturas (umas mais que outras, dependendo do histórico - acentuado na judaica, nas afrodescendentes), e sofrimento individual na nossa própria história (e que também integra o sofrimento coletivo). Pessoas menos conscientes são forçadas de modo contínuo e periódico a reviver esse sofrimento emocional e podem facilmente se tornar vítimas ou autoras de violências por isso. Mas o sofrimento também pode levá-las mais rápido a buscar a luz.
- Sofrimento coletivo feminino: sofrimento acumulado, específico das mulheres, pela dominação masculina e preponderância do princípio masculino por milhares de anos. Um momento cíclico de despertar desse sofrimento coletivo é o período pré-menstrual e menstrual. O sofrimento é energia estagnada, restringe o livre fluxo de energia vital através do corpo, gerando dor física através da emocional. É essencial desidentificar-se do sofrimento emocional do passado, romper com a crença de que o que fizeram com você é a causa do que você é hoje, deixar que esse sofrimento pare de fazer parte de sua identidade caso tenha se tornado parte essencial da sua ideia de você mesma.
- Muitas mulheres que já conseguiram se desidentificar do seu passado individual ainda estao presas no sofrimento coletivo feminino ("o que os homens fizeram com as mulheres"). Isso cria uma identidade coletiva de vítima e dá margem a raiva e ressentimentos. O senso de identidade, reconfortante, e a solidariedade com outras mulheres é vista como positiva, mas mantêm-nas no passado e individualizadas - o julgamento as afasta dos homens. Isso fortalece o ego e o sentido de separação contrário à unidade do Ser.
- Transforme, em vez disso, o sofrimento em consciência. A menstruação é um ótimo momento para fazer isso. Ao primeiro sinal de sofrimento físico ou emocional, coloque o foco da sua atenção nele. Tome consciência daquele sofrimento e o que ele representa. Continue assim durante todo o período menstrual. Lembre-se que a aceitação faz parte da observação, já que nela não cabe julgamento.
- Regra geral, maior obstáculo que o ego impõe para homens é a mente pensante e para as mulheres é o sofrimento. A presença que soluciona o sofrimento emocional também soluciona a mente pensante, que, claro, também afeta as mulheres.
- Atenção leva a aceitação que leva a transformação! A Presença muda completamente a simbologia e a forma de encarar a menstruação, tanto como uma manifestação do seu aspecto feminino, quanto em seu aspecto transcedental, do Ser que ultrapassa a dualidade feminino/masculino.
- "Eu comigo mesmo": essa divisão de si é dualidade criada pela mente. No estado de Ser, você É - não se julga, não sente pena de si, não se orgulha de si, não se "ama" com o amor do ego, nem se odeia. Não existe um "você mesmo" que seja preciso proteger, defender, controlar ou alimentar, não há um relacionamento com você mesmo, e todos os seus relacionamentos com as pessoas serão de amor, Da mesma forma, não há relacionamento entre você e Deus, você e o Ser. Existe Unidade.
- Circunstância boa ou má é uma noção relativa. porque sempre o "mau" pode ser útil. Na verdade não são positivas nem negativas, apenas são do jeito que são. Quando aceitamos o que é, o bem e o mal deixam de existir na vida. Há só um bem supremo, uma ordem superior, que inclui tudo o que é. A mente é quem julga dicotomicamente, que quer separar as experiências e tudo o mais entre bom e ruim.
- Uma circunstância adversa, como a morte de alguém querido, exige aceitação, perdão da situação de vida presente. Se perdoarmos o presente, não haverá acúmulo de ressentimento para depois. Não será um moment feliz, claro, mas será pacífico.
- As pessoas em geral se identificam muito com seus dramas e até com sua busca por uma resposta, solução, cura; a busca pode se tornar até parte do drama. Buscar fora do Ser não funciona - ninguém que esteja em Unidade consigo mesmo consegue estar em conflito. Nem com os outros, nem interior (ausência de conflito interior é quando não há mais descompasso entre as expectativas da mente e o que é; a mente costuma interpretar essas circunstâncias como "boas", e como "más" aquelas em que há descompasso entre expectativa e realidade). Não busque a paz. Aceite a sua falta de paz para não criar um conflito entre o que você quer e o que você é, e assim criar uma resistência. No momento que você aceita completamente a sua intranquilidade, ela se transformará em paz. Entregue. Na aceitação, todo momento é o melhor momento da vida.
- Tudo na forma está sujeito a ciclos de alos e baixos, e os baixos são necessários para o aprofundamento espiritual e renovação. É preciso deixar que as coisas encerrem sem apego, para que as novas surjam. A mente resiste à mudança das circunstâncias às quais tenha se apegado. Muitas doenças são provocadas pela luta contra os ciclos de baixa energia física, que são normais - a pessoa se identifica tanto com seus ganhos externos que não aceita baixar o ritmo, e a inteligÊncia do organismo cria uma doença para forçar a desaceleração e permitir a renovação.
- Usar a negatividade para lembrar de estar mais presente e fazer as mudanças devidas a partir da consciência desse estado. Mudar as circunstâncias que geraram a negatividade sem ampliar a consciência é só uma máscara, logo a negatividade volta.
- É importante exercitar a Presença nas situações corriqueiras para lembrar de fazê-lo também nas reações de grande carga emocional - numa ameaça à nossa auto-imagem, num desafio que causa medo, quando as coisas dão "errado", quando um condicionamento emocional do passado é ativado. Um bom exercício de não resistência é quando surgir uma adversidade simples, uma pequena irritação, como um alarme insistente, se visualize ficando transparente e sem o corpo sólido, e deixe que o barulho passe por você. Depois, faça o mesmo com pessoas que te ofenderem - é como se não existisse mais ninguém ali para ser machucado, de forma que você se torna invulnerável e a outra pessoa não tem o poder de controlar o seu estado interior.
- Compaixão é a conexão entre pessoas através do Ser. É mais do que só empatia com o sofrimento do outro. A compaixão traz a noção da perfeita igualdade entre nós - tanto no nível da forma, em que compartilhamos a mortalidade e a precariedade da existência, quanto no nível do Ser, em que partilhamos a vida eterna e radiante. Só se sente compaixão completa na Presença. Ao fazer uma caridade, o mais importante é o momento do Ser compartilhado com a pessoa, de que a caridade é apenas um símbolo. Uma cura profunda ocorre internamente com essa conexão - nesse momento, não há doador nem receptor.
- Haverá cura conjunta da psique humana quando a maioria dos humanos se livrar da ilusão egóica. Isso vai mudar consideravelmente a realidade, que não vai mais refletir o medo e a luta que reflete hoje, até na natureza (como diz a Biblia, "o leão vai se deitar com a ovelha"). Somente aqueles que transcenderem o mundo conseguem criar um mundo melhor. A paz tranforma o que está ao redor em paz, isso quebra o ciclo cósmico de ação e reação. As pessoas, a natureza, vão sentir sua paz e reagir a ela.
- "Querer aliviar o sofrimento do mundo é uma coisa muito nobre, mas lembre-se de não se concentrar exclusivamente no exterior, do contrário você vai sentir frustração e desespero. Sem uma mudança profunda na consciência humana, o sofrimento é um buraco sem fundo. Portanto, não permita que sua compaixão se torne unilateral (só no nível da forma). A empatia com o sofrimento do outro e o desejo de ajudar devem ser equilibrados com uma profunda percepção da natureza interior eterna de todas as coisas e com a consciência do aspecto ilusório de todos os sofrimentos. Permita que sua paz inunde tudo o que você fizer e estará atuando sobre o efeito e a causa ao mesmo tempo." Atuar só no nível do efeito ("combater" o sofrimento, fome, pobreza) torna fácil se perder dentro do mundo das formas. a causa tem que permanecer como foco inicial e a paz ser o seu maior preente ao mundo.
- A resistência ao que é gera tensões que bloqueiam o fluxo de energia vital. Algumas terapias corporais podem ser úteis para restabelecer esse fluxo, mas é só um alívio temporário enquanto não se resolver a causa.
- Entrega em situação de doença: desapegar-se da ideia de doença e aceitar o que efetivamente há no Agora: sofrimento físico, fraqueza, desconforto e/ou invalidez. QUe esses fatores reais do presente tragam você para o Presente. A doença não é o problema - ela é só a imagem da mente refletida no espelho, e não adianta rejeitá-la. Não sinta que fracassou de alguma forma, não sinta culpade nada, não culpe a vida por tratá-lo mal. Esses pensamentos são todos formas de resistência.
- Quando um sofrimento for tão profundo que qualquer coisa que se fale ou pense sobre entrega pareça superficial e sem sentido, entregue-se ao sofrimento, abrace-o sem negar nem resistir. Sinta-o, mas não pense sobre ele. Fale dele se precisar, mas sem criar uma história com a mente em torno dele. Dê sua atenção ao sofrimento, não à história ou pessoa que o causou, para não criar uma identidade de vítima. É um exercício de Presença no sofrimento - aceitá-lo é uma viagem em direção à morte do ego e à paz.
- Se você ainda guarda ressentimentos por alguma coisa que seus pais fizeram ou deixaram de fazer, então você acredita que eles tiveram uma escolha e poderiam ter agido diferente. Isso é uma ilusão. Todas as pessoas estão vivendo a inconsciência e a insanidade do ego em algum grau, e isso tira o poder de escolha. Como se ressentir da doença de alguém? A única resposta adequada é a compaixão, e isso serve para a compreensão e perdão de si mesmo também. No Agora, nada do que já foi feito pode atingir sua Essência - e, assim, o perdão se torna até desnecessário.

ADENDO: capítulos finais do livro O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA (RESUMO)
- Nossa vida tem um propósito interior e um exterior. O primeiro diz respeito ao Ser e é primário: é despertar. O segundo se refere ao fazer e é secundário. O exterior pode mudar de pessoa para pessoa, e para uma mesma pessoa ao longo da vida. Encontrar o propósito interior e viver alinhado com ele é o alicerce para a satisfação no propósito exterior. Sem isso, o exterior se torna um empreendimento sem alegria. Uma vez que se esteja alinhado com o propósito interior, qualquer atividade externa se torna o seu propósito exterior daquele momento. Mesmo se objetivo exterior da pessoa for ajudar o próximo, se não vier embasado pelo propósito interior, vai ser uma dependência de pessoas em piores condições que as dela para que a vida tenha sentido e para que ela possa se sentir bem com ela mesma. Ou se o propósito exterior não dá certo, a pessoa se acaba junto daquele fracasso, vive saudosista do passado ou se deprime. Sozinhos, os propósitos exteriores são sempre relativos, instáveis e transitórios, são propriedade do ego e levam ao sofrimento mais cedo ou mais tarde. Mesmo que totalmente espiritual, o propósito exterior sem propósito interior faz o ego se infiltrar no <como> você faz as coisas, e assim o meio corrmperá o fim. Estando desperto e consciente, seu propósito exterior se torna carregado de poder espiritual porque seus objetivos e intenções estão unidos ao impulso evolucionário do planeta. Assim o propósito principal de cada pequena ação é ela mesma, a ação se torna cheia de qualidade, um canal de consciência.
- Como as coisas requerem alguma quantidade de tempo para serem feitas, estaremos cientes do tempo do relógio, mas o propósito global precisa ser secundário à pequena ação do agora, que é primária. Se acontecer estresse ou ansiedade, é porque o foco está no propósito global e não no Agora, na pequena ação do momento. Seu propósito primário deve sempre ser permitir que a consciência penetre o que você faz.
- Ao falar com pessoas, dê atenção a elas como motivo primário da interação e deixe o objetivo prático como secundário. O surgimento de um campo de consciência unificado entre os comunicantes é um fator essencial aos relacionamentos do novo tempo - deixar que as pessoas sejam apenas papéis com os quais se interage (em vez de ver Seres, ver apenas o vendedor, o cliente, o filho, o marido: é a forma como o ego sabe interagir).
- Viver para o futuro é acreditar que os fins justificam os meios, mas o fim e o meio são uma coisa só. Se os meios não contribuírem para a felicidade humana, o fim também não o fará.
- Assim como nós, o universo também tem um propósito exterior e um interior. O exterior é criar formas e vivenciar sua interação. O interior é despertar para sua própria essência sem forma. E daí levar essa consciência para o universo das formas e transformar as coisas.
- Mente só consegue criar verdades relativas - relativas a ela mesma, como obsevadora daquela verdade. Toda perspectiva é limitação; o Todo não pode ser expresso em palavras e pensamentos, e o Todo é a única verdade absoluta. Nós podemos ter consciência de que as nossas verdades são relativas es eguir utilizando-as normalmente; apenas a cosnciência de que são relativas muda como interagimos. Por exemplo, saber que o pôr-do-sol só é uma verdade para quem está na superfície do planeta não nos impede de apreciá-lo, apenas nos dará abertura para aceitar que possa ser diferente para pessoas em outras circunstâncias.
- A expansão e retração do universo tem conrrespondentes no bater do coração, na inspiração e expiração, e no nosso ciclo de vida, onde primeiro expandimos pna experiência da forma e depois regredimos. A regressão é quando o ego começa a ficar contrariado porque a vida está lhe tirando coias, por isso é grande momento de desertar, de desidentificar-se do ego. Quanto antes passamos por sofrimentos e perdas, antes despertamos - o que perdemos no nível da forma, ganhamos na essência. A experiência direta com a natureza instável da forma faz com que nunca a supervalorizemos.
- Nesse momento de transição muitas pessoas estão buscando o despertar sem precisar da sacudida do sofrimento, quando ainda estão em fase de expansão. QUando o ciclo de expansão não é usurpado pelo ego, a dimensão espiritual entra muito poderosamente no mundo pelos veículos dessa fase (pensamento, fala, ação, criação) quando depois, no movimento de retração. Quando livres da dominação do ego, "a inteligência entra em pleno alinhamento com o ciclo de saída da inteligência universal e de seu impulso para criar. Passamos a ser participantes conscientes da geração da forma. Os criadores não somos nós, e sim a inteligência universal que atual por nosso intermédio. Como não nos identificamos com o que produzimos, não os perdemos no que fazemos. Estamos aprendendo que o ato da criação pode envolver energia da mais alta intensidade, sem que seja um trabalho duro ou estressante".
- A força por trás do desejo do ego cria inimigos, isto é, a reação na forma de uma força oposta de igual intensidade. Quanto mais forte o ego, mais forte o sentido de separação entre as pessoas. As únicas ações que não causam reações opostas são aquelas que se destinam ao bem de todos, feitas com consciência.
- A ação desperta ocorre em três frequências vibracionais da consciência: aceitação, prazer e entusiasmo. Fora dessas frequências, há interferência egóica e tendência a sofrimento. 
*Aceitação: aceitar a necessidade da execução do que não gostamos de fazer e fazê-lo de boa vontade. Parece um estado passivo, mas a paz subjacente à aceitação é ativa e criativa, gera uma vibração energética sutil.
*Prazer: no novo tempo, o prazer substituirá o querer como força motriz dos nossos atos. Querer é ego; prazer é o poder criativo universal. A consciência aumenta nossa capacidade de gostar das coisas que fazemos, e assim aumenta nossa qualidade de vida. O prazer não vem da ação para nós; ele flui de nós para a ção quando estamos despertos; a ideia de que o prazer vem das ações cria dependência delas, expectativa de que o mundo nos dÊ felicidade, o que gera frustração. Assim, o prazer é fruto da Presença, que torna toda atividade seu próprio fim, e não um meio.
*Entusiasmo: é o profundo prazer aliado a uma meta ou visão em nome da qual trabalhamos. A meta muda o campo energético da açao, com mais intensidade e energia. A intensidade não se confunde com estresse pois há prazer em todo o processo. Estresse aparece só se a meta se tornar mais importante do que ter prazer coma a ção do presente, e é um sinal de que o ego voltou e que nos privamos da energia criativa do universo que flui quando agimos conscientemente. É essa energia criativa que explica grandes empreendimentos que muitas vezes as pessoas realizam "sozinhas". Ao contrário do querer egóico, que é da dualidade e gera oposição em proporção direta à intensidade do desejo, o entusiasmo não produz confronto. Por mais dinâmicas que sejam as atividades inspiradas por ele, não nos perdemos nelas. Entusiasmo é onda, o prazer permanece. E tudo sem identificação com as criações, sem vínculos causadores de sofrimento.
- O movimento de expansão à forma não ocorre em igual intensidade para todos. As pessoas mais introvertidas por natureza parecem não ter lugar na civilização contemporânea. Contudo, na nova Terra que está surgindo, seu papel é tão importante quanto o dos criadores, realizadores e reconstrutores. Sua função é portar a frequência da nova consciência neste planeta. São os doadores de frequência: geram consciÊncia por meio das atividades diáras, ds interações com os outros e do fato de simplesmente existirem. Dotam de profundo sentido o que parece insignificante. Trazem silêncio e Presença para o mundo, seu propósito é fazer tudo de maneira sagrada. Eles afetam o mundo com muito mais intensidade do que mostra a superfície de suas vidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário